quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Acordar cedo

Ora viva meus caros. A semana passada tive de ir a uma consulta ao centro de saúde e deparei-me com uma realidade que à muito não via, apenas ouvia falar (porque felizmente sou uma pessoa saudável e ponho lá os pés poucas vezes...). Acontece que já me tinham avisado para ir cedo pois havia apenas 13 vagas e eu como individuo organizado que sou, lá pus o despertador a tocar às 6 para me levantar às 7.

Despertador esse que consiste em dois telemóveis estrategicamente colocados no quarto sendo que um ponho-o junto à cama e outro vai para o outro lado junto à porta. Isto para que no caso de ainda não ter acordado com o primeiro telemóvel ou simplesmente o tenha atirado para longe, me veja obrigado a arrastar-me pelo quarto enquanto o viro do avesso enquanto me dirijo para a origem de tão irritante chinfrineira... pelo caminho entretanto acordo com qualquer coisa a vazar-me um pé ou com umas meias fedorentas.

De regresso ao centro de saúde, quando lá cheguei encontrava-me num estado não muito diferente de um zombie directamente saído d “A noite dos mortos-vivos” de George A. Romero, ou seja, podre de sono e com um pouco de ramela a fazer-me comichão nas pestanas num dos olhos enquanto o outro se recusa a abrir totalmente, temendo ser violado pela luz do dia. A juntar a isso, não faltou o grunhido sob a forma de um bom dia que mais parece ter saído do nariz do que propriamente pela boca. Enfim.

Se estiveram atentos ao paragrafo anterior, repararam que eu cumprimentei alguém... pois é meus amigos, às 7 da manhã já lá estavam 30 pessoas, sendo que 9 delas eram para o mesmo médico de família que eu e apesar de eu não me encontrar doente, eu era claramente a pessoa com pior aspecto e mais doente ali, pois todos os outros falavam alarvamente de temas da sociedade daquela pacata vila (da vida dos seus visinhos, alguns deles também meus vizinhos, pelo que é possível que tenha perdido algum episodio em que eu participei...), todos eles com uma genica que por momentos me fez questionar se estava de facto à porte de um centro de saúde ou na praça da alegria...

Acabei por sair do centro de saúde só às 11 da manhã por causa de umas análises clínicas, perdendo assim 4 horas da minha vida, sendo algumas delas de sono.

Mas pelo menos soube que uma vizinha minha tem um processo em tribunal e segundo as palavras de uma senhora “tá com uma cara de má, ela é má pessoa...

Para terminar, algo absolutamente fantástico: um dos médicos tinha uma lista de espera enorme e só estava a aceitar consultas a 6 meses, ou seja, se eu fosse paciente dele, marcava hoje mesmo uma consulta para daqui a 6 meses para poder fazer novamente análises por causa da Páscoa.

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