E cá estou eu novamente... a minha teoria de hoje tem origem numa praga que me está a assolar a carteira. Não, não é aquele enorme cartaz que todos temos com a nossa fotografia e dados pessoais a que um dia alguém teve a loucura própria de quem fuma qualquer coisa de ilegal, de lhe chamar Bilhete de Identidade e que nos obriga quase a comprar uma carteira de senhora para o transportar. Mas já que toquei neste assunto, vamos dissecar este nefasto documento.
Comecemos pelo nome, que, sejamos sinceros, é parvo. Em primeiro lugar aquilo não é um bilhete, é um cartão, um documento que atesta a nossa identidade e como tal, a nossa nacionalidade. Um bilhete meus amigos, dá acesso a alguma coisa, normalmente credencia o nosso acesso a um evento qualquer ou num transporte público.
Ora, a única entrada que o B.I nos pode proporcionar é num bar ou uma discoteca, confirmando o facto de sermos maiores de idade e a vantagem de podermos beber até cair para o lado e ficar com um comportamento e a responsabilidade não muito diferentes de um cidadão com menos de 10 anos, e mesmo assim temos de pagar, pois garante-nos a maioridade sim senhor, mas não é um freepass. Portanto, fica a questão... aquilo é um bilhete para quê?
Mas o que vos queria falar hoje é dos talões que coleccionamos na carteira sejam eles de multibanco, facturas ou simples compras que fazemos. Há uns dias tirei a carteira do casaco e constatei que não tinha uma carteira mas sim uma capa da Âmbar em formato miniatura com fascículos acerca da minha diminuta conta bancária, sendo que entre eles estava um bonito separador sob a forma de uma bonita nota de 5 euros que, diga-se, é um péssimo separador visto que é a mais pequena das notas.
Ora, à pouco tempo fui a uma padaria encomendar um bolo de aniversário e tive uma daquelas ideias que têm tanto de brilhantismo como de estupidez, talvez mais de estupidez...
Eis a minha ideia: não seria giro se em vez de o inútil e incomodativo papel branco, os talões fossem compostos por aquelas coberturas personalizáveis dos bolos? Um tipo a cada compra que fazia, chegava cá fora e na eventualidade de não precisar do talão, simplesmente comia-o. E depois tínhamos expressões simplesmente espectaculares. Por exemplo, em vez da mítica pergunta “deseja factura?”, passaríamos a ouvir: “deseja factura simples, com cobertura moca ou amêndoa amarga?”
Maravilhoso... enfim, vou-me embora porque tenho que ir ao ecoponto azul...