quinta-feira, 10 de abril de 2008

Avarias

Ora viva meus amigos, hoje lembrei-me de falar de um tema que se calhar é muito comum mas que ninguém fala, se calhar porque é um assunto que não lembra a ninguém largar no meio de uma conversa com os amigos como uma pequena bomba nuclear cujo único efeito nefasto é provocar um silencio aterrador com todos os nossos amigos a pensar algo como “este gajo não regula bem, do que ele se foi lembrar”, sendo que outros poderão pensar também “fod****, que prateleira”, se bem que estes últimos não estão a ouvir o que estamos a dizer mas sim a usar um outro sentido – a visão – na típica mamalhuda do grupo. Enfim, adiante...

O tema que hoje me proponho a atirar para o blog como um prato de arroz a ver se cola consiste em Avarias estúpidas no nosso carro. E não, não me refiro a enganos estúpidos como trocar gasolina por gasóleo ou mesmo passar por uma estação de serviço em que naquele momento algo no nosso cérebro deixa de funcionar e nós continuamos em frente e apenas depois percebemos que estávamos a ver a temperatura do carro e não o ponteiro de gasolina que aparentemente está colado à esquerda...

Desta vez, vou falar de algumas avarias que têm origem no nosso bólide, em regra geral e se tiverem uma conta bancária recheada como a minha, consiste numa extraordinária amalgama de ferro com 4 rodas e um autocolante da Renascença.

Lembro-me claramente de três avarias fantásticas que me fizeram perder alguns (vá, uns 30 anos...) da minha pobre e sublinho, pobre vida.

A primeira não é nada de especial mas não deixa de ter um efeito curioso.

Certo dia deslocava-me eu com a minha namorada a um bar até que a determinada altura começamos ambos os dois (adoro esta expressão) a ouvir algo metálico e, mais assustador, parecia ir a arrastar com o carro e tinha momentos gloriosos nas lombas em que por momentos deixávamos de ouvir esse mesmo som metálico para logo a seguir ouvir um som ainda mais agudo e na minha opinião parecido com uma melodia dos Bee Gees. Após alguma resistência da minha parte, se calhar porque gosto dos Bee Gees, a minha namorada convenceu-me a parar. Quando saímos deparamo-nos com a panela de escape do meu Fiat Uno 60 SL no chão, que não fosse estar empenada tinha um agradável aspecto de novo devido à superfície áspera da estrada.

Não querendo estar a referir aspectos técnicos, basicamente uma borracha que devia segurar aquilo no sitio desapareceu. Conclusão tivemos um excelente final de noite à procura de uma corda para amarrar aquilo no sitio. Como ficou? Bom como encontramos uma corda enorme, digamos que tinha em dificuldade em descortinar o cano escape.

A segunda avaria que quero aqui destacar surgiu num excelente timing, nada mais, nada menos que os meus anos. Mais uma vez acompanhado da minha cara metade (não, não sou o two-face do Batman), após subir uma lomba também carinhosamente conhecidas por policias deitados, o carro desatou a acelerar como se não houvesse amanhã e estou profundamente convencido hoje que se não tivesse desligado o carro teria sem dúvida levado com um pistão na vista. Diagnóstico: uma sacana de uma mola do carburador conheceu a morte nesse dia. Foi a penúltima vez que vi o conta rotações chegar ao vermelho, a última foi ontem que ia chegando atrasado ao trabalho.

Mas a minha avaria preferida foi sem dúvida num dia do Sporting-Benfica em que já agora para se enquadrarem, o Geovanni espetou uma bomba do meio da rua. Não se lembram? Não faz mal, perguntem a um amigo sportinguista que lembra-se de certeza.

Acontece que à hora do jogo eu estava a conduzir pelo que não estava a ver o desafio pela televisão, mas como eu nessa altura era um pouco, vá lá... doente pelo meu benfiquismo, ia a ouvir o relato como se se tratasse das minhas últimas instruções de vida. A meio do relato, o estupor do rádio começou a fazer aquele ruído irritante do sinal a falhar e os únicos comentários que conseguia ouvir era algo muito semelhante a uma reconstituição do bombardeamento a Hirochima. Quando cheguei a casa da minha namorada já espumava pela boca quando a certa altura ela abre a porta e nesse preciso momento o rádio volta ao normal e deixa de fazer interferência. Após várias experiencias percebi que com a porta aberta acabavam-se os problemas radiofónicos.

Ao fim de 5 minutos de conversa em voz alta e bastante agressiva em que temi pela minha integridade física, lá a convenci a deixar-me abrir a porta nos semáforos.
Pelo caminho ficou a ideia de ela ir a segurar na porta dela aberta para eu poder ouvir calmamente o relato descansado... enfim... não podemos ganhar sempre.

2 comentários:

karreira disse...

por acaso lembro!!! Disso e dos 3 secos que o benfica levou na Luz hoje (12 Abril 2008)

6a8ri3l disse...

Sim, sim... e se fosses pra Setubal ver golfinhos beber uma carlsberg vestido de power Rangers?

Já agora Quarta-feira conversamos :D