quarta-feira, 16 de abril de 2008

O menino das águas

Cá estamos… ora um dia destes numa das minhas corridas que faço diariamente passei por uma casa que tinha algo no jardim que sempre me intrigou: um chafariz. Calma, é obvio que não era um chafariz qualquer, era uma daquelas que ostenta uma preciosidade: têm uma estátua de um miúdo irritante a mijar lá para dentro.

Mas porquê, senhores…

Qual foi a mente doentia que se lembrou que seria boa ideia por um puto nu sorridente, inclinado para trás enquanto segura dos genitais e deles a brotar um valente jacto de água… qual a ideia por de trás disto.

Não faço ideia. E como não faço ideia vamos a mais uma teoria intelig… estúpida.

O objectivo terá sido mais ou menos o seguinte. Certo dia alguém claramente farto de limpar da sua bonita e badalhoca piscina dejectos de aves, lembrou-se que podia usar mais ou menos o mesmo conceito usado nos nossos pomares e que consiste na figura de um espantalho, como que dizendo para as aves “eh, não vale a pena cagares isto porque já está aqui um estafermo a mijar”. A ideia era parva e talvez por isso não resultou.

A única coisa que o desgraçado conseguiu terá sido criar um novo alvo, melhor definido para as aves. No entanto as mesmas pessoas que se lembraram de pôr o seu nome no exterior da casa antecedido da palavra “vivenda” para que todos vejam que é aquela a sua casa, de alguma forma acharam piada àquele estorno e decidiram importar a ideia para os seus chafarizes na clara tentativa de os tornar ainda mais feios e parolos. A coisa espalhou-se e não há volta a dar.

Como nota de curiosidade, consta que originalmente o primeiro exemplar foi feito numa aula de escultura da casa pia, encomendada por um conhecido músico norte-americano outrora negro sem nariz que há última hora terá devolvido considerando a estátua fria como o diabo para ter na cama ao lado do seu corpo desnudado. Bibi terá logo resgatado o valioso objecto socorrendo-se de uma carrinha do colégio.

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