terça-feira, 29 de abril de 2008

O 25 de Abril

Boas, meus amigos. Hoje é dia 29, um dia perfeito para falar do 25 de Abril. E porquê, perguntam vocês... simples, não tive tempo antes.

Passou-se que, na sexta feira à noite vi um dos blocos de notícias mais bizarro que me lembro. Como seria de esperar, o tema forte desse dia era claro está, a nossa Revolução dos Cravos.

O jornalista deu um salto até à praia, onde as pessoas comemoravam de forma efusiva e refrescante a democracia, utilizando para isso o elemento pilar da democracia e que é: o poder de escolha... de ir para a praia em vez de ficar em casa a ver o parlamento e ouvir assim, animadíssimos discursos.

A determinada altura, o jornalista teve a ousadia e a coragem de fazer perguntas difíceis às pessoas, sendo que a mais lixada era: O que se comemora neste dia?

Ora, as respostas foram de um tal calibre, que eu não resisti a transcreve-las e dessa forma partilhar convosco esta preciosidade.

A primeira resposta foi de um miúdo e é um clássico. Também eu já a dei quando era petiz:

“Não há escola...”

Está certo, é verdade e não há como contornar isso, ele de facto está a festejar isso. Correcto, vamos à seguinte, uma senhora:

“É o dia dos cravos”

Cuidado, dito assim parece uma referencia aos desgraçados que têm uma pele enfeitada com cravos, espinhas e impurezas. Depois, segundo as tradições dos nossos avós, lá temos de ir mostrar o rabo ao São Gonçalo, para os cravos desaparecerem.

“Foi o dia da Revolução”

Pode ser mais específico? Revolução Indústrial, Intestinal... existem várias.

Seguem-se as minhas frases preferidas:


“O que foi... olhe, não lhe sei dizer”

E nós, sabemos?

“só sei que é dia 25 de Abril, não sei se é em Cabo Verde o dia da Independência...”

Não, esse é no dia 5 de Julho

“Foi no dia em que foi a independência para toda a gente”

Menos no Kosovo

“A independência de Portugal”

De quem?

“A independência de Portugal, já não houve a dita Guerra”

Mas qual Guerra?

“Foi a primeira guerra mundial de Portugal”.

Ah, essa guerra... cabeça a minha... como me fui esquecer!


A culpa disto? É nossa. Quem nos mandou fazer uma Revolução com armas a servir de jarra para flores? E feridos? Nem uma unha encravada, nem diarreia, nem um pêlo encravado com pus para a malta espremer e depois andarem feridos a sangrar, nada...

Como queriam que a malta se lembrasse daquilo. Como queremos ser um país a sério?... assim não dá.

p.s.: as respostas são mesmo verídicas e podem confirmar, revendo a segunda parte do Telejornal desse dia em www.rtp.pt

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